Tenho publicado notas sobre o que escuto por aí, sob o marcador "entreouvido". Estava conjecturando a respeito e achei que valia uma metapostagem (acho que deve ser esse o nome para um post a respeito de um post, ou sobre o que é postado), então lá vai.
Constato que, mais do que da curiosidade inata deste repórter blogueiro, e de muitos outros de antenas sempre ligadas, as notas de "entreouvido" nascem do comportamento que, reparem, parece estar se generalizando: na rua, no ônibus, nos restaurantes, nas filas, ao conversarem com alguém, ou falarem ao celular, as pessoas agem como se não existisse mais ninguém no mundo, e tratam em alto e bom som de assuntos que algum dia já foram considerados "de foro íntimo".
Discrição, recato, dignidade, são palavras com significado quase morto.
O que leva, por exemplo, a moça a contar no celular, em alta voz, no calçadão cheio de gente desconhecida, que "então, conversei com o médico, ele disse que ainda há uma chance, mas que se não der certo tenho que tirar as trompas e o útero..."
É a comédia da vida privada, frases soltas que contém grandes histórias. Um prato cheio para blogs interessados no comportamento das pessoas. E nem se pode aventar a bisbilhotice, pois que tudo é dito para todo mundo ouvir.
Por outro lado, talvez tenha sido sempre assim, esse tipo de conversa pode ter sempre existido, e simplesmente demorava mais para haver o registro, quando havia.
.
‘I don’t care about your policy': Guest checks into hotel for 45 minutes,
then leaves, demanding a full refund which employee refuses
-
Hotel disputes aren't uncommon, and dare I say it's usually the guest who
starts them? Imagine working your shift, minding your own business, when a
gues...
Há uma hora
Percebo exatamente isso no dia-a-dia, caro Nando! A maioria age como se estivesse isolada no mundo. Inclusive, e principalmente, quando ignoram totalmente a presença de pessoas passantes ou próximas. Pedir licença, pedir desculpas e sorrir com amabilidade são atitudes que não existem mais nos grandes centros. Abração!
ResponderExcluirE, repare, quando a gente faz isso com os outros (sorrir, pedir licença ou desculpas), ficamos parecendo uns ETs.
ResponderExcluir