Noite quente de verão e um grupo de seis amigas se reúne para mais uma confraternização, desta vez num lugarzinho afastado do litoral. Em comum a amizade e o fato de todas elas terem trabalhado para Roberto, assassinado um ano antes, quando se preparava para assumir a presidência da firma -- assim como seis anos antes fora assassinado seu irmão João, em pleno exercício do cargo.
Aos 29 anos, a loirinha Maria é um das amigas. Bonita e ambiciosa -- do tipo de secretária que não mede esforços em prol do empreendimento. Alguns fiéis assessores de Roberto também chegam para a festa, que depois seria descrita como "uma confraternização entre homens casados e mais velhos, com jovens solteiras". Oficialmente, não houve orgia.
A presença mais importante é a de Eduardo, irmão mais novo dos assassinados e provavelmente o próximo presidente da companhia. Com 37 anos, casado e com filhos, Eduardo sente a pressão da herança política, e dos perigos que ela representa, e aproveita o dia que antecede a confraternização com as meninas para espairecer velejando e nadando. Seu motorista trouxera coca-cola, rum, whiski e cerveja, e o "relax" continua durante a festa. Oficialmente, beberam pouco.
Lá pela meia-noite, Eduardo anuncia ao grupo que está cansado e que voltaria ao hotel, aproveitando para dar uma carona para Maria, que estaria se sentindo mal. Ninguém notara o mal súbito, e Maria sai tão depressa que esquece a bolsa. Eduardo raramente dirigia, mas leva o carro que seu motorista trouxera, deixando apenas mais um para todo o restante da turma.
A determinada altura do caminho, por estradas sem iluminação do litoral, Eduardo se perde e vai para a direita (rumo à praia) quando deveria ir para a esquerda (rumo ao ferry-boat), algo estranho para quem conhecia o lugar desde criança, como o quintal da própria casa.
O carro segue mais alguns quilômetros na escuridão e de repente voa pela beirada de uma ponte, mergulhando num canal. Eduardo consegue escapar com vida, tenta mas não consegue resgatar Maria, e volta a pé para o local da festa.
Os amigos correm para o lugar do acidente e mergulham, mas assim como impedira Eduardo, a correnteza impede que alcancem o carro. A polícia só é avisada por eles dez horas depois, quando até já sabia do acidente, alertada por pescadores.
Só então Maria é resgatada do carro submerso, sem vida.
Era julho de 1969, o lugar ermo a ilha de Chappaquiddick, na paradisíaca Martha's Vineyard, nordeste dos Estados Unidos.
Eduardo era Ted Kennedy, e Maria - Mary Jo Kopechne.
Por causa disso, Ted nunca foi presidente. Morreu hoje, 40 anos depois, de câncer no cérebro, jurando até o fim que não estava bêbado e que nunca teve nada com Mary Jo, que foi só isso, uma carona.
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'The case was hopeless...': Lawyer saves restaurant owner from a rapacious
landlord's iron-clad contract
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Landlords are just about one of the only things that could make us root for
lawyers. The lesser of two evils really comes into play when those two
partie...
Há 11 horas
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