quinta-feira, 21 de maio de 2009

Antes de atirar a primeira pedra

Eu estava decidido a não comentar nada aqui sobre este assunto, mas recebi por e-mail a mensagem postada neste blog, "Cegos guiando cegos", em que o autor, Renato Penteado, diz um pouco do que penso.

Este é um trecho, a íntegra está no link acima:
(...) "Quando vejo vozes de muitos pais se levantando para pedir justiça (e é correto que o façam) em acontecimentos como esse lamentável acidente, somando-se às vozes daqueles pais cujos filhos perderam a vida, espera-se que o façam a partir do olhar de suas próprias vidas, olhando de dentro e para dentro de suas próprias casas, VENDO primeiro se estão cumprindo a contento a missão da paternidade que lhes foi divinamente confiada, JULGANDO se esta missão, à luz dos preceitos evangélicos, vem sendo cumprida a contento, e AGINDO na transformação de suas realidades, caso a missão necessite de uma correção de rota.

Se o pedido de justiça é feito apenas no clamor da comoção, no “embalo da revolta alimentada por opiniões ou pela mídia”, sem antes passar por uma detida análise de nossa responsabilidade como pais, creio que estejamos realmente cegos.

Preocupamo-nos com o acidente em si e suas conseqüências, e deixamos passar ao largo a oportunidade de discutir com nossos filhos e filhas, com nossos amigos e com os amigos de nossos filhos, com nossos professores, com as autoridades constituídas, sobre a necessidade de agirmos não somente pedindo justiça nesse caso concreto, a qual certamente ocorrerá a seu tempo, mas principalmente sobre agirmos de modo a intervir na formação de nossas crianças e adolescentes, atraindo a atenção destes para princípios e valores que devem nortear nossa vida em sociedade, exigindo e “cobrando” deles a vivência de tais princípios e valores desde a mais tenra idade e corrigindo seus desvios, redescobrindo com eles o “senso de coletivo”, perdido por nós num meio social que infelizmente tende ao individualismo." (...)
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4 comentários:

  1. Vivemos em um Brasil sem educação.
    Cadinho RoCo

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  2. E é sempre mais fácil pedir que a justiça seja feita com os outros e em nosso próprio benefício. Postar-se ao lado da maioria e da mídia é sempre cômodo e confortável. Difícil é saber, como diz muito bem o post, se nós somos em alguma coisa melhores para o mundo que nos cerca, do que aqueles que estão envolvidos no caso concreto da vez. Essa reflexão é muito indicada para todos nós, cidadãos "modernos", que vivemos nesse mundo caótico, onde só o próprio umbigo tem importado.

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  3. Ontem vi no vidro traseiro de um carro um adesivo preto escrito o seguinte: "190 km/hora é crime.Queremos justiça".
    Pois eu fico me perguntando o seguinte: Porque todos se comovem só depois que os fatos acontecem? Será que as pessoas não enxergam nada antes. Estão alienadas a tudo? Ou estão sendo carregados por uma onda que nem sabem para onde estão indo?
    Porque todos têem pressa para chegar a lugar nenhum? Será que não é hora de parar, refletir sobre tudo e usar a inteligência para se voltar a um mundo mais humanista? Fazer isso como um exercício diário, não só em casos (infelizmente muito dramáticos) isolados para amanhã já se esquecer de tudo e entrar de novo na grande onda que não chega a lugar algum?

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  4. Mais um comentário: recebi hoje um e-mail com abaixo assinado para cassação do deputado Ribas Carli e não assinei e nem repassei para minha lista de contatos.
    Não acredito em projetos feitos por impulso e sem planejamento. Não dá para "aproveitar" a situação dramática daqueles pais para fazer coisas que já deveriam ter sido pensadas e feitas antes.
    No caso da cassação do Deputado, é matéria que já deveria ter sido vista e analisada há muito tempo (desde quando a imprensa divulgou a quantidade de multas que o Deputado possuia)pela competente Câmara dos Deputados.

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Obrigado por comentar. Nem sempre responderei a seus comentários, o que não quer dizer que não os li. Se estão publicados, é porque os vi. Como não pretendo definir este blog como "com conteúdo adulto", a única censura, se houver, será para evitar excessos, em respeito às crianças -- de qualquer idade -- que eventualmente também lêem este blog.